A deputada Bia Kicis (PSL-DF), uma das maiores apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro e grande defensora de pautas altamente conservadoras no Congresso, deve ser a nova presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara, a mais importante da Casa.
A concessão do posto já é uma retribuição do novo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), ao PSL, pelo apoio do partido em sua campanha. Bolsonaro rompeu com o PSL, sua sigla durante a campanha eleitoral de 2018, porém uma ala do partido, da qual Bia Kicis faz parte, segue fiel ao presidente da República.
A CCJ é considerada o cérebro do Parlamento. Sua importância se dá pelo fato de que todos os projetos de lei apresentados têm que passar obrigatoriamente por ela, segundo estipula o artigo 53 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Essa apreciação se faz necessária para que a constitucionalidade da proposta seja analisada.
Além disso, caso o presidente da Casa resolva aceitar um pedido de impeachment protocolado contra o presidente da República, essa aceitação pode ser barrada na CCJ. Esse é um dos motivos que deve ter deixado Bolsonaro extremamente satisfeito com a indicação de Bia Kicis ao posto.
“A minha função ali vai ser de analisar a constitucionalidade dos projetos que chegarem à CCJ. Isso não tem nada a ver com ser aliada incondicional do presidente Bolsonaro, não se trata disso”, afirmou em entrevista concedida ao “Jornal da Manhã”, da rádio Jovem Pan.
Quem é Bia Kicis
À imprensa, Kicis declarou que, junto a Lira, conseguirá ‘destravar as pautas importantes para o Brasil’. Para a Jovem Pan, a deputada disse que vai priorizar a Reforma Administrativa.
Bia Kicis é conhecida por sua postura reacionária e negacionista. Ela é uma das investigadas do chamado “Inquérito das Fake News” e também em inquérito do STF que investiga 11 parlamentares bolsonaristas que teriam atuado no financiamento de atos antidemocráticos.
Nas redes sociais, não raramente compartilha conteúdos inverídicos sobre a covid-19, além de se posicionar contra o uso de máscaras e o isolamento social.
Ela votou contra o Fundeb, é autora do projeto Escola Sem Partido, é investigada por suposto crime de racismo, defende a volta do voto impresso no País, culpa a China pelo vírus e é autora de uma série de outras propostas um tanto controversas.
A deputada Bia Kicis está em seu primeiro mandato, tem 59 anos e é ex-procuradora do Ministério Público do Distrito Federal.