Há três motivações centrais na proposta de Reforma Administrativa (PEC32/2020) do governo Bolsonaro. Quem resume esses pontos problemáticos para o povo brasileiro é Ana Luíza Matos de Oliveira, coordenadora-geral da secretaria executiva da Frente Servir Brasil e doutora em Desenvolvimento Econômico, em artigo publicado no Le Monde Diplomatique Brasil.
O primeiro interesse de Bolsonaro é precarizar os vínculos na administração pública como forma de burlar o concurso público. Assim, abre espaço para apadrinhados políticos, correndo-se o risco de relações nebulosas e aumento de corrupção.
O segundo é tornar o poder público complementar ao setor privado, invertendo a Constituição e permitindo a ampliação da privatização da política social.
Finalmente, o terceiro objetivo da reforma de Bolsonaro é dar superpoderes ao presidente da República para poder extinguir por decreto até mesmo autarquias.
“Caso aprovada, a reforma alterará profundamente o serviço público sem nem ao menos levantar a questão da desigualdade, a não ser a partir de uma visão eivada de mitos sobre os servidores como um todo homogêneo e privilegiado”, afirma o texto de Ana Luíza Matos de Oliveira.