Reforma Administrativa é moeda de troca para presidência da Câmara
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Como fica a Reforma Administrativa com a eleição na Câmara?

No próximo dia 1º de fevereiro, a Câmara dos Deputados deve escolher seu novo presidente. O atual, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se mostrou favorável às reformas administrativa e tributária sem que, no entanto, tenha colocado os temas na pauta de votação da Casa. Esses temas já se tornaram moeda de troca entre os blocos de situação e oposição e não é diferente com a proximidade da eleição para a presidência da Câmara.

Os dois principais concorrentes, deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL), são favoráveis às reformas. Embora Rossi seja alinhado às posições do governo, tem abrandado seu discurso para fazer acenos ao centro e à esquerda, majoritariamente reunidos em torno de seu nome.

O que pensam os principais concorrentes

Baleia é autor da Reforma Tributária, uma das prioridades do Planalto, e chegou a declarar em sua conta oficial do Twitter que a PEC da Reforma Administrativa “é muito positiva”, pois “precisamos valorizar quem faz por merecer”. O tuíte, no entanto, foi publicado em setembro, antes do abrandamento do discurso do deputado.

A posição favorável de Lira fica muito mais clara em suas declarações, já que o parlamentar é assumidamente alinhado ao Planalto. Ele afirmou na última segunda-feira (11/01) que, se eleito, já definiu a prioridade de suas pautas econômicas, começando pela PEC Emergencial seguida da Reforma Administrativa.

“(A Reforma Administrativa) É uma pauta para o futuro do País e dará sinais internos e externos que seguimos no equilíbrio fiscal, realizando a despesa com os recursos disponíveis”, declarou Lira ao BrPolítico.

Distorções ficam de fora da discussão

Vale ressaltar que nenhum dos dois deputados pediu ao governo federal que fosse mais claro quanto a estudos que mostrem a eficácia da proposta na redução de gastos públicos. Ainda que o discurso de combate a privilégios seja predominante, os maiores salários do funcionalismo não serão atingidos pela proposta, uma distorção também não abordada pelos candidatos.

Essa é considerada a eleição mais acirrada dos últimos tempos para a Câmara dos Deputados e os dois blocos contam com surpresas e até traições nas votações de ambos os lados.

Atualizado em 28/01: Nesta quinta-feira (28), o candidato do PP, Arthur Lira (AL), prometeu colocar em discussão as pautas conservadoras defendidas pela bancada do PSL, a fim de angariar votos dos deputados ligados a Jair Bolsonaro. O deputado também se comprometeu a priorizar a Reforma Administrativa do governo para votá-la no primeiro trimestre.