Para o Congresso em Foco, Cleyson Francisco da Silva, que é diretor do Movimento a Serviço do Brasil e coordenador de Comunicação da Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados), fala sobre a pressão dos servidores contra a aprovação da PEC 32 e como esta parece ter surtido efeito sobre os parlamentares.
Silva pontua que os argumentos do governo em favor da PEC foram descontruídos e ficou evidente a falta de estudos que comprovem os impactos da aprovação da reforma sobre a administração pública. Ele pontua que a economia gerada para os cofres públicos seria irrisória frente aos efeitos desastrosos da aprovação da proposta.
“Foram muitas as promessas do governo com a PEC 32, mas a realidade é que ela não moderniza e nem melhora a administração pública. Durante toda a discussão, foram deixadas de lado ações para melhorar a prestação de serviços, garantir estrutura necessária e capacitar os servidores, pontos básicos para uma reforma de qualidade. Houve uma grande desestruturação com diversas brechas para aparelhamento político e empresarial das estruturas públicas”, diz.
O autor aponta a tentativa do governo de cooptar servidores a apoiar a PEC dos Precatórios com uma falsa promessa de reajuste salarial. “É indecoroso e assustador a tentativa de institucionalizar o calote na população, afetando milhares de idosos e pessoas que há anos esperam para receber os montantes garantidos pela Justiça”, afirma.
Para concluir, Silva aponta que o serviço público é uma segurança para a população que recorre aos serviços prestados pelo Estado para acessar os direitos garantidos pela Constituição Federal. ”Em um período como o que atravessamos, não cabe projetos de desestruturar o atendimento à população e nem PECs que deem mais poder e dinheiro para a classe política, como a PEC 32 e a PEC dos Precatórios”, diz.