Isabele Meunier, professora do Departamento de Engenharia Florestal da UFRPE e diretora da Aduferpe, escreve sobre os impactos da PEC 32/2020, a reforma administrativa do governo, para o meio ambiente.
“Apesar das ameaças à oferta dos serviços públicos, se vê pouca reação da sociedade, anestesiada por problemas cotidianos como inflação, desemprego e pandemia. Ademais, o papel dos serviços públicos na vida das pessoas é embaciado pela campanha antiga e permanente de desvalorização dos servidores públicos no Brasil”, diz Meunier.
Para ela, a crise ambiental se desenvolve no Brasil a passos largos e é agravada pela “desastrosa gestão do governo federal”. “Desmatamentos de áreas protegidas, garimpo ilegal, queimadas e incêndios, secas cada vez mais graves, crises hídrica e energética, nuvens de poeira: É quase impossível a sociedade não perceber os riscos ambientais aos quais estamos sujeitos e, com isso, vemos cobranças crescentes de maior fiscalização, melhoria na gestão das unidades de conservação, urgência e eficiência no combate aos incêndios florestais, monitoramento e controle do desmatamento, proteção contra os efeitos dos extremos climáticos.”
Ela explica que existe um conjunto de ações que deveriam ser tomadas de forma coordenada para fortalecer a política ambiental brasileira, “mas só se realizarão se o estado estiver apto a agir em defesa do bem comum e do direito ao meio ambiente equilibrado, com o serviço público, atuando de forma independente, capaz de reagir às pressões escusas, com corpo funcional com qualificação técnica e formação ética para atuar nas múltiplas frentes da política ambiental”, diz.
Meunier afirma que é preciso agir e se posicionar contra a PEC 32/2020 pela defesa do meio ambiente, já que, para ela, a aprovação da proposta trará “fragilização das instituições de controle ambiental e a substituição de servidores públicos por trabalhadores temporários, a serviço de governos de plantão e não da coletividade”.
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